quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

GRADES da VIDA

Grade tem muitos significados:
desde a armação que serve para arar a terra, até para ler e escrever criptogramas.
até na eletrônica tem uma função, que é a de controlar o fluxo eletrônico que vai do anodo para o catodo... Mas não ouso falar mais sobre isso, não entendo destas áreas.¹


Vamos nos atentar as grades que são de madeira, ou ferro, que servem para vedar, dividir, separar, cercar, enclausurar.


Quantas grades temos que enfrentar, dia-a-dia em nossas vidas?
Alguém já parou para pensar?


Algumas grades são reais, feitas de madeira ou de ferro...
Outras são mentais, feitas de medos e desacordos.


Abrir os olhos de manhã e se livrar das grades da preguiça de não levantar...
Levantar da cama, enfrentando as grades das cobertas que parecem nos chamar, naqueles dias de frio.
Abrir as portas de casa, passar pelo banheiro, cozinha e sala,
escovar os dentes, tomar o café, levar o lixo para fora...
Abrir as janelas, olhar o nascer do sol, tirar a sujeira do cachorro, gato, passarinho, bichinho.


Aceitar essas grades é até interessante, quando observa a grade que não cercou e deu segurança àquele morador de rua, dobrado com seu papelão, naquele frio, naquele chão.
Reclamar de tais grades é não perceber a quantidade de outras que terá de vencer após a saída de casa.
Abrir a porta, destrancar, "desengradar-se", libertar.
Outra porta, do elevador, para enjaular-se por alguns segundos...
Agora mais uma, a porta do carro, aperte primeiro o botão do alarme, não quer acordar os vizinhos!
E o portão? É de empurrar ou elétrico? Engrada sua casa, te enjaula em segurança, dum mundo hostil que acontece a noite, livre de qualquer mal.
E se não tenho elevador, nem carro, nem portão? Que tremenda confusão!


Abriram-se as trancas físicas do nosso dia, e as mentais, como estão?
Será mesmo que quero ir de carro, enfrentar as trancas do trânsito?
Será mesmo que quero deixar o cachorro preso? Preciso leva-lo para caminhar.
Mas não consigo pensar, estou preso ao tempo do relógio e ao horário do ponto a bater, o cartão do emprego, a digital, o ganha pão...


Sair já é uma guerra a vencer, enfrentar as grades da vontade de ficar...
Da vontade de mudar, da vontade de não correr, não ter tempo para se enjaular!


Logo a hora do almoço chega, corro para o shopping, cheio de grades para me tranquilizar...
E o "comida-rápida" tenho que comer, o tempo não para pra eu almoçar!
Cancela abriu, a vaga surgiu, mas será que eu tranquei a porta? Liguei o alarme? Me assegurei?


As portas do meu trabalho devem estar sempre trancadas,
Assim como os portões das escolas de meus filhos...
Vai que o mundo lá fora resolve entrar! Deus nos livre! Melhor engradar!
E para não escapar ninguém, passa o trinco seu moço, não perde o tempo, não se prenda também.


Existem grades impostas, outras remotas, algumas reflexão, outras arranhão.
Prende-se no tempo que não tem, nas horas que passaram rápidas,
Açoitam-se sonhos que não cumprem com as grades que a sociedade impõe,
Escapam entre os dedos, voam longe, e se perdem enquanto abro a outra trinca, esqueci de pegar o pão.


Algumas grades são escolhidas, no dia-a-dia a nos prender,
São os vícios que muitas vezes, depois de um tempo, difícil esquecer...
Nos tornam fechados, cerrados da liberdade, da vontade, da realização,
Trancam os sonhos, as qualidades, a transformação!
Mas é só um jogo, uma rede social, um aplicativo do celular...
Meu amigo chamou, não ouvi, estava trancado em minha grade invisível, numa seleção...
Do que devo ouvir, do que devo sentir, do que devo parir...
Sem reflexão!


A grade da prisão, separa o mocinho do ladrão,
Separa o necessitado, do "bandidão", mas não prende gente rica, esse tem dinheiro pra pensão!
Cercou os sonhos de muitos, prendeu a vida de uns tantos mais...
Mas não adianta reclamar, fecha a grade capataz!
Separa os homens dos animais...
Animais que se dizem racionais, mas ignoram a necessidade dos demais,
Estão mais preocupados com suas grades, seus bens, suas necessidades...
Fechados em si, como se isso fosse solução,
O animal não sabe disso, faz parte da situação!


Padronizam-se as grades, dos vestidos aos cortes de cabelo,
Dos sorrisos e "puxões de saco", fingindo gostar daquilo...
Aceitando mais uma grade, de se fazer parte desse grupo cercado,
Zelando pela diferença, sentindo-se maior, "engradecendo-se" ainda mais.


A vida passou como uma grade que se abriu, e a gente nem viu!
E no final, mais algumas grades nos segurarão...
Numa cama de hospital, separados por portões, portas, salões...
Que nos farão lembrar de tantas grades que não abrimos,
Algumas que fechamos antes de tentar ultrapassar...
Outras que escolhemos nem tentar.
Grades que cercaram a nós, cercaram outros, separaram uns poucos...
Grades que inventamos, que aceitamos, que não nos posicionamos...
Grades que os grandes não enfrentarão, mas que uma hora ou outra se juntarão,
As grades da cama que não libertarão!


"Engradecer-se" faz parte,
com as GRADES da VIDA.
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¹ http://www.dicio.com.br/grade/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O TEMPO é AGORA!



Passado...
Presente...
Futuro...


Afinal, será que existe tudo isso mesmo?
Muitas vezes reflito sobre isso.

Em uma dessas reflexões, numa conversa descontraída com um amigo, indagamos sobre o tempo.
Esse tempo que nos rodeia, as vezes escravizando, as vezes nos transformando.

E a primeira pergunta que nos acometeu foi: será que tudo isso existe mesmo?

O passado já foi, não tem como mudar.
O futuro ainda não vem, depende muito de como chegar...
E o presente é um instante tão pequeno, que não dá pra controlar!

Do passado só podemos retirar as lições, os aprendizados, as sugestões, os caminhos trilhados...
Podemos aprender muitas cosias, entendendo o que foi vivido e partilhado por pessoas que viveram no passado.
Podemos aprender a suportar algumas dores, e dar risada de coisas que na hora em que estávamos passando pareciam nunca ter fim.
Refletirmos as escolhas que fizemos, e aonde viemos parar...
Mas não podemos mudar nada! Está tudo para trás...

O futuro não existe ainda, e quando existir futuro não será mais...
Futuro é planejamento, é sonho, é devaneio...
Mas é intocável, indefinido, invariável.
Não podemos simplesmente, no momento em que estamos, arrumarmos o futuro, ou desenharmos, ou modifica-lo.

O que existe é presente, é agora, é o tempo que se está aqui.
Nem aquele momento que já foi, e que não volta mais, não muda mais...
Nem aquele que ainda não veio, não tem certeza, lá longe está.
O agora é o que existe, é o tempo que podemos mudar.

As escolhas para onde iremos, os planos daquele sonho bom, só podem ser concretizados agora.
Só podem ser vivenciados agora... A transformação é constante!

No momento em que iniciou a leitura era um...
Agora já é outro, e ao final já terá se transformado mais!
Não que a leitura tenha feito algo diferente em você, mas o tempo sim, esse é implacável.
Não tem como voltar, e não ler...
Não tem como acelerar e terminar sem observar.
É necessário linha por linha, segundo a segundo, se desenhar.
Ou se deixar desenhar!

Segundo a segundo vamos construindo...
Nossos sonhos, nossas lutas, nossas conquistas, nossas virtudes, e se construindo.
Sabendo que a cada instante teremos de escolher, decidir, se encorajar.
Se quiser um dia olhar para trás e ver que aprendeu, relembrar!
Não terá mais como mudar, somente como avaliar.

E o tempo de agora, o que te faz pensar?
Quais são os planos que estão a se concretizar?
Quantas necessidades buscamos sanar?
Quais caminhos devemos trilhar?
Quanto tempo ainda vamos gastar?

O tempo que as vezes parece andar rápido, as vezes parar, é sempre o mesmo...
Segundo a segundo a se desenhar.

O que está fazendo agora?
Ou fará após a leitura terminar?
Pensar? Passou...
Mais um segundo se foi, o presente que era possível já não é mais... Virou passado, passou sem notar!
O futuro, já é agora, ou não será mais, pois num segundo não cabe mais do que o piscar...

O TEMPO é AGORA, devemos sonhar!
Avaliar, crescer, aprender, inovar...
Construir, escolher, decidir, transformar...
Transbordar, rejuntar, abraçar, arrebentar!

Fazer o melhor que puder, para não se arrepender, e depois que o tempo passar poder lembrar...
E continuar a sonhar!

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

AGRADAR a TODOS?!

Em tempos de redes sociais, compartilhamentos e comentários, pensei sobre a necessidade de querer agradar a todos, mas tenho, nesta postagem, uma péssima notícias para aqueles que querem ser "a última bolacha do pacote": NINGUÉM AGRADA A TODOS.

Tentar agradar todas as pessoas do seu convívio é no mínimo muito cansativo.
Sempre terão diversos pontos de vista, diversas crenças e possibilidades.

Se és de esquerda, encontrará uma pessoa de direita, e ser o oposto não lhe livra disto também.
Torcer para um time não lhe garante ser campeão, pois temos tantos times e tantas vitórias, derrotas ou tantas batalhas...
Se és do lado do bem, encontrará, também, e as vezes infelizmente, aqueles que são do lado do mau. O interessante nesse ponto é que o contrário é verdadeiro, e sempre terá alguém de bem no círculo daqueles de mau. Mas isso é o que eu penso, por ser do bem, pode não agradar se você é de mau...
... ou se está "de mau".

Para ter chuva é necessário ter sol, que evapora a água.
Alguns gostam do sol, mas até reclamam do "calorão" que estamos passando agora...
Outros preferem a chuva, e colocam a culpa até nos deuses por não estar chovendo neste instante...
Há aqueles que moram próximos de esgotos a céu aberto, que preferem um dia ameno, sem muito sol - que apodreça mais ainda o "fedô" que se sente lá - e sem muita chuva - que carrega esse "lixão" para todo o bairro...
Mas para aqueles que tem casa confortável, com piscina e carro na garagem, até que uma chuvinha no fim da tarde para refrescar a cabeça vai bem... E o sol para o bronzeado não pode faltar.
É assim que as coisas acontecem.

Muitos se comparam até a Cristo ao dizer que nem ele agradou a todos.
Outros lembram que Ernesto Guevara também não, e por isso os dois foram assassinados pelos seus inimigos.
Eu prefiro não me comparar a nenhum deles, pois sei que nós TODOS não agradamos ao restante do todo. Uma hora ou outra, encontramos algo diferente.
Muitos odiavam Hitler, mas haviam aqueles que gostavam e faziam parte de seu exército de "salvação" da raça ariana.
Madiba (Mandela) agradou uma porção de pessoas a mais, mas alguns governantes que queriam dominar a África, o prenderam por muitos anos.
Até Mahatma Gandhi e Madre Teresa de Calcutá tiveram seus "inimigos".

E que tarefa difícil, neste tempo de fotos bonitas e frases marcantes de "facebook" e outras redes sociais, agradar aquela lista enorme de pessoas que te conhecem de uma maneira ou de outra, mas que como "amigos" te seguem para acompanhar o que escreve, posta, compartilha ou curti.
A sensação de não aceitação acontece, sempre, ou pelo menos pra mim, quando uma postagem não agrada alguém desta lista seleta, sem seleção...
E cada um com sua verdade tenta influenciar com algumas palavras a "meliante" postagem.
Será mesmo que é necessário tentar agradar a todos?
Eu tenho minhas dúvidas! Você pode não concordar...

Também neste momento de muitas verdades e incríveis pontos de vista, é importante lembrar, além de saber que não agradamos a todos, a ter respeito pelo que os demais têm a dizer.
Respeitar não quer dizer concordar, mas é saber compreender que a verdade pode não ser tão importante quanto o tempo que se perde juntos refletindo sobre o que quiserem conversar.
Sempre foi assim: reunião entre amigos para discussão de temas que lhes agradem. Quando os amigos extrapolam o encontro pessoal é claro que as discussões ficam mais intensas, existem muitas outras formas de conversar hoje em dia.
Que nos levam a outros momentos, outros mundos, outras verdades...
Mas é interessante pensar no respeito que deve acontecer, de ambas as partes.

Posso hoje concordar com um comentário, ou um ponto de vista.
Mas amanhã perceber que existem outras coisas que meu amigo acredita que não me agradam muito...
Se eu tentar enquadrar a todos, além de ficar louco, gastarei algum bom tempo, que poderia estar motivado a fazer outra coisa, a melhorar o convívio, a entender outras verdades.

Tudo isso é o que eu penso.
Mesmo sabendo que não agradarei a todos...
Mas continuo feliz e tranquilo, pois muitas vezes não precisamos encontrar as verdades, ou saber todas elas. As vezes é só necessário viver, em suas lutas, em seus agrados.

Será mesmo que precisamos, tentar, AGRADAR a TODOS?!