quarta-feira, 31 de julho de 2013

A PONTE

Em algum tempo estive pensando sobre esta postagem, e muitos temas vieram em minha mente. Principalmente em férias do trabalho, pude ler, ouvir, ver, e estudar muitas coisas.
Mas o tema para essa postagem me veio em mente a alguns dias, retornando de viagem.

Quero chamar a atenção para essa construção, chamada PONTE.
No interior do Estado de São Paulo, um time ganhou seu nome.
Lenine cita em uma música que canta em parceria com GOG.
Pode ser usada seguindo um "A" e tornar-se aponte, para apontar.
Pode ser usada depois de um "DESA", conjugando o verbo desapontar.
Pode ser usado como verbo: pontear, para dar pontos.
Mas não pode ser usado para PONTEGAR, mesmo que queira posterga-la.

A ponte que quero dizer, é uma assim de concreto...
Aquelas que as vezes passamos por cima, indo de um lugar para o outro. Como dizia Lenine, supracitado, em sua música "A Ponte", perguntando como fazemos para sair da Ilha...
... "pela ponte, pela ponte".
Sair da Ilha, pela ponte...
Para chegar à ela também... pela ponte.
Legal, bonito... Ponte união!
Unindo alguns pedaços de terra, na ansiedade de não deixar pra lá o que se quer aqui.

Na ponte passa carro, passa moto e passa caminhão...
Passam pessoas andando, criança no colo, confusão!
Passa mulher solteira, casada e embrião...
Passa homem barbudo, cabeludo ou "carecão"!
Só não passa quem não pode, com medo da aglomeração!

Ponte é para unir...
Pode ser palavras, expressões ou somente ideias.
Vamos fazer uma ponte?
Não de concreto, de imaginação...
Para unir o sonho com realidade à partir da oração,
ou unir adjetivo com substantivo e uma ideia em ação.
Vamos unir então!

Nas grandes cidades do Brasil, conseguimos perceber muitas pontes.
Tem ponte comprida, de muitos quilômetros.
Tem ponte menor, pra passar sobre o ribeirão.
Tem ponte que é erguida com suor de uns tantos.
Tem ponte que é "facinha" não precisa nem de machão.
Tem ponte que podemos passar por baixo...
Outras só a nado!

E foi nessa confusão, de passar por baixo ou por cima que me veio a distração.
Duas pessoas passando por baixo, mas não passaram, pararam.
Pararam em volta de uma pilastra e ali se assentaram
Pareciam dois amigos, que não queriam passar, só parar, sentar, relaxar.
Mas não tinham opção, era ali sua morada, uma grande enrascada, neste frio que racha o chão.

A ponte que antes unia, agora separa...
Separa os sonhos, as fomes, as moradas.
Os cobertores, sua cama aquecida, é agora uma pilastra de uma ponte acinzentada que lhe serve de guarida.
Separa os que vão, e os que ficam...
Os que passam, e os que amparam...
Aponte, aponte...
Olha mamãe, tem gente ali!
Ali sentado, deitado, ou empalhado...
Difícil mesmo é de se ver!

Vamos então pontear esses pontos que não são pontes, mas que pode um dia ser, para unir o povo que dorme aos que passam a apontar.
Culpados?
Não aponte eles assim!
Coitados?
De mim e de ti, só se for!
Marginalizados sim, criminalizados também.
Amparados que não! Muito menos apontados como cidadão!

Mas a ponte é que une, até para passar o frio...
Une outros destes tantos que sentem que não passam por onde passarão carros, motos e caminhão.
E esse é o lugar, de se guardar em oração, para reviver os sonhos e esquecer a realidade...
Nem lhe servem então, de ponte de ligação, na gramática da vida, não tem acentuação, NÃO!

O negócio é resolver esse problema, e debaixo destas pontes eles não ficarão...
Vamos colocar pedras e alambrados para não ter mais circulação.
Que se vão todos para outras bandas, sem amparo, sem aponte, nem ponte que lhe pariu...
Viver em suas ilhas de solidão, sem poder usar uma ponte para sair de lá, nem se abrigar, nem sonhar ou rezar, muito menos celebrar.

Passa carro, passa moto, passa caminhão...
Mas não passa mais o menino esquecido na escuridão.
Foi pra rua, pras calçadas atrás de um ganha pão,
Mas se não tomar cuidado, vai acabar de avião!

Ó pobre ponte, que da história era ligação, agora tem que aguentar ver essa tremenda desunião, onde sempre quem se lasca é aquele que não passa, nem de dia, nem a noite, sem que apontem para si e lhes digam "vacilão".
Mas um dia há de unir, não os pobres com os ricos, mas os sonhos às realidades, acreditando ser verdade que de lá já se passou, para outra ilha, para outra margem, para outra ponta, para que não mais te apontem.

Não me desapontem, se tiverem a capacidade de passar na ponte, e ver que ali não se une só pra ti, mas despenca desigualdade, numa destas cidades, que se diz que evoluiu.

Vou pra PONTE.
Partiu...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

GRATIDÃO / GRATITUD

Algum tempo sem escrever, me deu liberdade de pensar em um tema, mas parei neste em função de tudo que vivi nesta semana que passou.

Dificilmente conseguiria colocar em palavras todo o sentimento vivido, pois foi muito intenso o momento que dividimos com alguns amigos, de primeira vista, que vieram do Chile.

Depois de uma semana intensa de partilha e convívio, um domingo espetacular em união com pensamentos diferenciados de uma grande amiga e sua família.

Então, nada melhor que escrever algo sobre tudo isso, e chamar de GRATIDÃO.

Agradecer, seria a maneira de conviver com este tipo de acontecimento...
Mas agradecer à quem? Ou à quê?

Existem momentos em nossas vidas que enquanto estamos vivendo não conseguimos ver a magia e a transformação que aquilo está nos rendendo.
Lembro disso quando escrevi "Pernas de Índio" e me colocava a questionar o quanto vivi sem saber, e aprendi sem esperar. Foi interessante.

Nesta semana que passou, num convívio bastante íntimo com alguns peregrinos que vieram para a Jornada Mundial da Juventude, que está acontecendo esta semana no Rio de Janeiro, do Chile foi algo muito interessante e que ainda não tenho como descrever em sua plenitude total. As reflexões ainda estão sendo feitas... Só sei que mudamos o rumo das vidas à partir destes encontros.

E agradecer começa por aqui...
Uma vez agradeci uma amizade, e o amigo em questão me disse que deveria compartilhar e não agradecer...
Pois comecei a partilhar todas amizades.
Partilhar com o irmão, com familiares, com amores.
Partilhar o pão, os anseios e as lutas...
Partilhar as conquistas e vitórias,
e partilhar as necessidades...

Amizades são feitas para partilhar...
Mas também para agradecer!

E agradecer está se tornando algo tão superficial ultimamente...
Não se agradece o pão que compra na padaria, nem o café que lhe é servido.
Não se agradece o motorista do ônibus, que irritado muitas vezes enfrenta algumas necessidades que nos levaram às ruas do Brasil.
Não se agradece o frio, nem o calor, nem a chuva que faz brotar a flor.
Não se agradece a sombra, nem o sombreiro, nem o teto, nem o poleiro.
Não se agradece mais à vida, e se quer sempre mais.
Não se percebe o pequeno que se torna grande demais...
Não se partilhar momentos de gratidão!

Mas antes de continuar a reflexão, gostaria de agradecer, e partilhar com vocês este momento.

Agradecer aos irmãos Chilenos pelos dias vividos e que nos fizeram perceber que a luta brasileira também é Latino Americana, e que para alguns pensadores do passado hoje lhes devemos gratidão.
Me fazem perceber que o povo deve se unir cada vez mais, e juntos agradecer o quanto isso é importante.

Agradecer a minha amiga Aninha e seus familiares que nos ajudaram a compreender o quanto é importante agradecer, e também partilhar momentos, de "vidinha" e reflexões, de angústias e consolações.

Grato sou, por partilhar com vocês mais esse momento, e a partir de então refletir mais intensamente sobre os demais assuntos.
Continuando as crônicas em outro momento, me despeço...

Obrigado, por partilhar comigo este momento.

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Algún tiempo sin escribir, me dio libertad de pensar en uno tema, pero hay parado en este en función de todo que yo hay vivido en esta semana pasada..

Difícilmente podría poner en palabras los sentimientos que vivi, porque era um momento muy intenso que compartimos con algunos amigos, en primer lugar, que venían de Chile.

Después de una intensa semana de intercambio y la convivencia, un espectacular domingo en unión con diferentes pensamientos de una buena amiga y su familia.

Por lo tanto, nada mejor que escribir algo sobre todo esto, la GRATITUD.

Gracias, es la manera de vivir con este tipo de eventos ...
Pero, ¿gracias a quién? ¿O qué?

Hay momentos en nuestra vida en que estamos viviendo, mientras que no podemos ver la magia y la transformación que se está aconteciendo.
Recuerdo que cuando escribí "Pernas de Índio" y me puso a pensar cómo he vivido sin saberlo, y aprendí sin tener que esperar. Fue interessante.

La semana pasada, en un conocimiento muy íntimo con algunos peregrinos de Chile que vinieron a la JMJ, que está pasando en esta semana en Río de Janeirofue muy interesante y aún no tenemos manera de describir en su plenitud. Las reflexiones que siguen realizando... Sólo sé que cambió el curso de la vida de estas personas.

Y las GRACIAS comienzan aquí...
Una vez que dio las gracias a la amistad, y el amigo en cuestión me dijo que no debía dar gracias, pero compartir y no agradecer...
Empecé a compartir todas las amistades.
Compartir con los hermanos, con la familia, con los amores.
Comparte el pan, las aspiraciones y las luchas ...
Compartir los logros y victorias,
Y compartir necesidades...

Las amistades se hacen para compartir ...
Pero también dar gracias!

Y dar gracias está convirtiendo en algo tan superficial últimamente...
No dan gracias el pan que se compra en la panadería o el café que se sirve a él.
No dan las gracias al conductor del bús, que a menudo enojado enfrenta algunas necesidades que nos llevaron a las calles en Brasil.
No dan gracias el frío, ni el calor, ni la lluvia que trae la flor.
No dan gracias a la sombra, no el sombrero, o en el techo, o la perca.
No dan gracias a la vida, y siempre quieren más.
No está claro que la pequeña se vuelve demasiado grande...
No se comparta momentos de gratitud!

Y antes de continuar la reflexión, me gustaría agradecer y compartir este momento con ustedes.

Gracias a los hermanos chilenos que viveran los días con nosotros que nos hizo darnos cuenta de que la lucha brasileña es también de la América Latina, y debemos gratitud a los pensadores de este continente que viveran en pasado .
Me doy cuenta de que las personas deben unirse cada vez más juntos y agradecerle lo importante que es esto.

Gracias a mi amiga "Aninha" y su familia que nos han ayudado a entender lo importante que es dar las gracias, y también compartir momentos de "vidinha" y las reflexiones de las ansiedades y consuelos.

Doy las gracias por compartir este momento con ustedes, y desde luego reflexionar con mayor intensidad sobre otros assuntos.
Continuando con las crónicas en otro momento me despido ...

Muchas gracias, por compartir conmigo este momento.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

BANDEIRAR

Neste grande enredo que se esvai, numa luta insana de buscar o seu lugar, venho eu bandeirar com vocês algumas ideias.

Bandeirar é de dar bandeirada, de erguer a bandeira.
Não é de dar bandeira, ficar a esperar.
É de luta, de ideais, de garra, de sonhar.

Bandeirar neste momento pode ser arriscado, gritam os conservadores e os apolíticos.
Não se pode bandeirar, não se pode erguer sua bandeira.

Não consigo compreender isso, e quero motivar o contrário.

É PRECISO BANDEIRAR!

É preciso se posicionar sobre o mundo.
É preciso criticar o infiel.
É preciso assumir um papel e deixar de ficar na superfície.
É preciso amor pra poder mudar!

Bandeirar é de dar bandeirada, de amar uma causa, de sonhar com a mudança.
Seja qual for a bandeira, ela deve ser erguida, hasteada, levantada.
Ser gritada junto ao coro, de defesa de uma causa.

Acabada a Copa das Confederações, um grande circo, guardaram-se as bandeiras brasileiras, esquecidas em suas gavetas.
Não mais pode bandeirar, já não há porque lutar.
Será?

O que aprendemos até hoje, e todas as transformações que sentimos neste mundo globalizado, mas não humanizado, foi feito por bandeiras.
Bandeiras de países, bandeiras de times, bandeiras de lutas, bandeiras de partidos.
Tomar partido, e não partidária.
Tomar frente, luta, sonho.
Tornar a busca uma ação, tornar a luta uma transformação.
Isso é tomar partido.
E se faz necessário.

Tomar partido é bandeirar-se.
Encher-se de uma bandeira.
Encher-se de lutas, de sonhos e de glórias.

É PRECISO BANDEIRAR!

Se ninguém assumisse a vontade de estudar, de mudar e de lutar por qualquer causa, hoje seríamos um mundo menos global e mais imbecil.
Seríamos um mundo mais limitado e menos democrático.
Seríamos um mundo mais pão e circo e menos salário mínimo.
Seríamos um mundo mais caminhão de lixo e menos casa na praia.
Um mundo mais opressão e menos mais-valia.
Um mundo mais bordéis e menos casa de família.
Um mundo mais shoppings e menos parques.
Um mundo mais cinza e menos grafitado.
Um mundo mais prédio e menos vizinhança.
Seríamos um mundo mais dólares e menos reais.

A luta sempre foi uma busca da nossa sociedade.
A vontade de se estar bem é necessária, e nessa luta que se erguem bandeiras.
Bandeira da paz, bandeira do meio ambiente, bandeira da solidariedade.
Bandeira verde e amarela, bandeira azul e branca, bandeira colorida.
Bandeira preta em luto pelas mortes do povo que sofre; em ataque do pirata que dribla a morte.
Bandeira vermelha, bandeira vermelha.

Cada ser humano tem uma luta.
As vezes para enfrentar um luto.
As vezes para gritar um sonho.
As vezes para mostrar um brilho.
As vezes para esconder um medo.

Transformar essa luta em bandeira é útil, necessário e válido.
Querer que os outros abaixem suas bandeiras é prepotência e desrespeito.
Somar as suas bandeiras às dos demais, é questão de humanidade.
Aprender a defender a bandeira do irmão, é questão de cristandade.

Se tornar bandeira numa luta que não é sua, é uma união, uma amizade.
Compreensão de bandeiras é mais que necessidade!

Vamos todos bandeirar, sonhos todos a lutar.
Não se deixe enganar, e se deixe levantar!
Lute, sonhe, grite, vibre.

VAMOS TODOS BANDEIRAR!